Joana não sabia o que fazer. Não queria pensar em ter relações sexuais antes do casamento mas não conseguia pensar noutra coisa.
E ainda por cima estava a chegar o Verão.
E não, a sua preocupação não era a de as moças e os moços ficarem com as hormonas aos saltitos.
Não era de usar menos roupa e atrair alguém, não era de os outros usarem menos roupa e a atraírem.
Era ter muita vontade de comer gelados com o calor.
E a Joana, desde o seu primeiro gelado da “Olá” aos 5 anos, sentia contracções em todo o corpo.
Conforme os anos foram passando e o seu corpo crescendo, percebeu que a “Olá” aumentava a sua pulsão sexual.
Se pensava no seu gelado preferido, passou do minúsculo “Mini-Milk”, aos 5 anos, ao “Super-Pau”, aos 10 aninhos. Enganava-se sempre, misturava sempre os nomes de dois gelados. Mas gostava.
Claro que nunca deixava passar nenhuma informação acerca da relação entre o seu apetite sexual e a sua vontade de comer gelados, mas aos 14 anos esteve quase a perder precocemente a virgindade.
E aqui, realmente valeu-lhe a pena a relação entre os gelados da “Olá” e o sexo.
No fim de um dia muito quente, passeava feliz com o Nuno. Passaram num café para levarem gelados e foram para casa do Nuno.
Depois dos gelados, de duas danças de salsa e 45 segundos de chá-chá-chá, começaram freneticamente aos beijos. Daí a ficarem sem roupas foi um pulo, e tudo parou um pouco quando voltou à cabeça da Joana a questão da virgindade.
Nuno estava claramente com vontade de fazer tudo e mais alguma coisa, mas Joana queria preservar a virgindade e fazer tudo o resto que lhe ocorresse.
Mas não lhe ocorria nada.
Não queria estragar o ambiente nem desiludir Nuno. Perante um instrumento novo no qual não sabia mexer, ficou confusa, olhou para o lado e viu as embalagens dos gelados que haviam comido.
E nesse momento percebeu finalmente porque é que a relação entre a sua vida sexual e a “Olá” era tão forte. Virou-se para o Nuno e disse:
“Olha,perder a virgindade está fora de questão, mas fazemos um negócio: Eu faço aquilo que fiz enquanto vínhamos para casa. Sim. Exactamente como se fosse um Callipo.”
Na altura realmente ficou virgem e feliz. Mais tarde casou-se com um Guarda-florestal. Hoje em dia é feliz e tem filhos.
A única coisa má na história é que o Nuno nunca mais comeu Callipos, pensa sempre na pequena trinca que se dá mesmo sem estar planeada.
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