E depois Manuela, como boa dona de casa, foi às compras.
Chegou ao mini-mercado e ficou à espera. Quando foi atendida, virou-se para o empregado e disse: "Só me faltam duas ou três coisas para fazer uma lasanha especial para o meu Jézinho."
O empregado deu-lhe carne picada, massa e um fémur bovino como bónus. Virou-se para a cliente e perguntou: "Está tudo? O que é que lhe falta?"
Manuela puxou pela cabeça atabalhoada porque estava a pensar na melhor maneira de ganhar o euro-milhões, estava lá quase, e acabou por dizer: "E depois coiso... E tal..." - e continuava a divagar pelos seus oceanos cerebrais que a iam levar à riqueza.
Realmente ela poderia estar a querer dizer: "E depois coiso... E tal... Não é preciso saber falar italiano para fazer este prato, pois não? É que eu lembrei-me agora de que chumbei no exame do 6º ano." - ou qualquer coisa mais religiosa como: "E depois coiso... E tal... Garante-me que não diz ao padre que ando a comer comida inventada lá no sítio da igreja, não garante?"
O que é certo é que, depois da sua frase, se criou um silêncio até ela perguntar que horas eram.
O que salvou a situação foi que o empregado nem ligou à resposta, porque não a percebeu, e limitou-se a juntar com os tomates verdes que a sua mãe usava, e depois a dizer-lhe as horas. A senhora que estava atrás, na fila, pensou que ela queria dizer: "E depois coiso... E tal... A puta da italiana que eu devia ter em casa é que devia estar aqui, eu já precisava de ir ao cabeleireiro." - e ficou a achar que ela era uma mal educada.
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