quarta-feira, fevereiro 25, 2009

3 Croissants, a conta que Deus fez

"Bom dia. Estou cheio de pressa, quero pagar e um Croissant de Ovo."

"Concerteza. 5,60 Euros."

"Não corte o Croissant ao meio."

"Corto, corto." - Enquanto tirava o Croissant para um prato com uma faca.

"Não, porque eu não quero."

"Ah, bom, então tá bem." - E cortou o Croissant ao meio, sorridente.

A partir daí, tudo se passou muito rapidamente, e merecia ter um realizador de filme de acção presente com uma equipa.

Ao pegar no Croissant partido, Joca nada conseguiu fazer senão saltar para o outro lado do balcão, e tudo lhe correu bem, excepto o troco.

Estavam lá 3 Croissants. Um já estava partido e ficou no balcão, o segundo esperava pronto num guardanapo para ser levado e o terceiro, inteiro também, ficou em cima do empregado.

Assim que saltou para o outro lado, apesar de estar com pressa, tirou das suas costas o instrumento que usava para o trabalho, apesar de ainda não serem horas. Joca era um lenhador, à beira da reforma.

Num ápice, cortou o empregado ao meio, curiosamente quase seu homónimo, mas escrito com "K". Depois de deixar ordeiramente as pernas ao lado do tronco, pousou o segundo Croissant em cima do empregado e riu-se quando viu a placa com o nome "Joka" escrito.

De seguida, tirou 6 euros da carteira. Tentou abrir a caixa. Não conseguiu, deixou os 6 euros no balcão e pegou no seu Croissant. Enquanto caminhava para a porta, ainda disse:

"E ainda levas gorjeta. Não devias, mas levas. Estás com sorte."

E depois de atravessar a porta, ainda se virou para trás e acrescentou:

"Tinha ou não tinha razão? O Croissant sem estar cortado é muito melhor. E dá mais jeito."

2 comentários:

Anónimo disse...

muito bom. inspirado no rapaz que dava tostas de queijo quando lhe pediam mistas?
angel

speauneum disse...

exactamente... e houve aquela cena no fim, em que pedi um croissant de ovos. disse-lhe "Não corte ao meio." e o gajo "Corto, corto."

Eu tive que levantar ligeiramente a voz e dizer "Não corta porque eu não quero!" E fiquei lá a rir-me junto a ti.(e o gajo realmente não cortou, não foi nada tão dramático como este texto...)
Miguel