Apetece-me andar e não consigo. Esticar as pernas, lá isso consigo, mas o raio da caneta não quer sair de casa e não me deixa ir sózinho.
Está tudo a olhar lá fora. Parecem uma turba furiosa, mas é só a sociedade que quer que eu entra ou saia, consoante a perspectiva. Mas eu não quero. Quero dizer, não me apetece assim muito. Nem sequer me apetece vestir a camisola para sair, e muito menos lutar contra as memórias que ela traria.
E porque é que eu guardo uma coisa que me ataca com memórias? Não sei bem. Ou se calhar até sei. Não a guardar implicaria arrumação e lixo. E eu lido estupidamente mal com eles. Prefiro lutar contra ou com as memórias. E bem desarrumadas, como eu gosto.
Tenho é muita inveja das crianças. Não por saberem pouco das coisas por que têm que passar ao crescer, se bem que isso até possa estar incluído, mas pela alegria enorme que sempre descobrem em tudo... Enfim, tanta alegria espalhada pelo mundo...
E eu aqui parado. A chorar não, ao menos isso, a chorar claro que não.
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