sexta-feira, setembro 18, 2009

Potente paradoxo, projecta-me para o passado e para o presente

O que é que hei-de dizer dele? Nem sei bem... Já me pediram a opinião inúmeras vezes, em relação ao Carlos. Já o conheço há tantos anos...

Acabo por cair quase sempre numa descrição algo paradoxal: «É um gajo... bastante mais ou menos...»

Foi da minha turma 12 anos. Nunca chumbou, mas nunca foi um bom aluno. Conheci algumas namoradas no processo. Não eram nem beldades, nem monstrinhas, antes pelo contrário.

A Joana era bonita, lá isso era, mas saía ao pai. Mesmo ao pai. Algumentativa, perfeccionista, com um peito liso, os ombros largos e as axilas peludas.

A Filipa, por seu lado, roçava o limiar da comestibilidade (por vezes assustava, olhar para a sua cara), mas era impossível falar mais do que cinco segundos com ela sem se ficar embasbacado pelos seus voluptuosos seios. E pela sua anca também. Até as suas amigas diziam o mesmo...

Apenas estas duas já ilustram o seu habitual padrão... Elas próprias, escolhidas a dedo, eram bastante mais ou menos.

Mas sempre o fizeram pensar na vida. Nem pouco, nem muito. E afirma, no meio das suas conversas:

«Estou cada vez mais na mesma...»

A última vez que o vi, encontrei-o mais feliz. Eu próprio fiquei feliz, por ele.
Estava a sair do cinema com uma nova amiga, anódina q.b., e, assim que me aproximei deles, voltei a ficar confuso, ainda que talvez faça cada vez mais sentido a sua caracterização como um gajo mais ou menos.

Ouvi apenas esta conversa, sem me terem visto:

Ele: «Gostaste do filme?»
Ela: «Gostei... mais ou menos...»
Ele: «Eu cá, eu achei exactamente o contrário...»

Não os consegui interromper e fugi. A comunicação havia de funcionar, entre eles. Que funcione, pelo menos entre eles.

E que sejam mais ou menos felizes.

Ou, pelo menos, o contrário.

3 comentários:

Joao Pedro Santos disse...

gostei :)

speauneum disse...

obrigado :)
é bom saber que há quem leia :)

funk disse...

o teu texto do magnetismo é, de longe, dos melhores. tem passagens muito muito muito boas. mas muito boas mesmo.

... e obrigado pelo comment ao texto do luís.