domingo, outubro 11, 2009

Sentidos

Que cheiro tem uma emoção?


Há dias em que cheira mal

Em que o mais valioso sorriso

Cheira a podre, se recheado

De ódio e inveja

Sempre que a estupidez apadrinha uma

Como filho bastardo

E não há nada a fazer

No entanto, quando ela se lembra

Porque tinha reparado

Na quele teu pormenor

Cheira sempre a rosas

Aquelas únicas, mágicas

Que não perdem o aroma

Porque não morrem

Porque há emoções que não se vão embora

Estão lá sempre


A que sabe uma acção?


Ao melhor doce que já provaste

Quando acredita em ti

Quando essa crença a faz dar um passo

E fica mais perto de ti

Quando espera por ti

E desculpa o indesculpável

Ou sabe a agridoce

Se for bem escondida

Estranha-se, mas aceita-se

E está tantas vezes podre

Que uma palmada nas costas pode saber a vomitado


Qual a textura de uma decisão?


Pode ser áspera

Uma segunda escolha pode ser letal

Derramar sangue

Quando as paredes que te esmagam

Nada de suaves têm

Algumas, protectoras

Como são aquelas reveladoras

Que te levam num opíparo leito

Para o centro do mundo que estás a criar


Que som tem o silêncio?


Há dias em que o silêncio se ouve em carinho, em amor

Um sorriso ouve-se noutro continente

Uma festa acorda-te, com o som de uma ode

Também há os outros silêncios

Os que mostram a revolta muda

Aqueles que fazem trespassar o ódio

Que fazem as palavras fugir

Que deixam o coração a sangrar...


Que cor tem o vento?


Há dias em que é cruel

Tudo negro à volta

Pessoas cinzentas, a andar sem sentido

Há outros ventos

Que deixam tanta cor

Vejo um arco-íris enorme

Que foi arrastado

Enfeita aquela noite especial

Em que não fechaste a janela

Tem todas as cores, que vai perdendo

Quando o vento se aproxima disfarçado de negro

Mas não é sempre

Nem conseguia

As cores acabam por sair

Indeciso, o vento

Confusa, a vida

1 comentário:

Anónimo disse...

descila?