Que cheiro tem uma emoção?
Há dias em que cheira mal
Em que o mais valioso sorriso
Cheira a podre, se recheado
De ódio e inveja
Sempre que a estupidez apadrinha uma
Como filho bastardo
E não há nada a fazer
No entanto, quando ela se lembra
Porque tinha reparado
Na quele teu pormenor
Cheira sempre a rosas
Aquelas únicas, mágicas
Que não perdem o aroma
Porque não morrem
Porque há emoções que não se vão embora
Estão lá sempre
A que sabe uma acção?
Ao melhor doce que já provaste
Quando acredita em ti
Quando essa crença a faz dar um passo
E fica mais perto de ti
Quando espera por ti
E desculpa o indesculpável
Ou sabe a agridoce
Se for bem escondida
Estranha-se, mas aceita-se
E está tantas vezes podre
Que uma palmada nas costas pode saber a vomitado
Qual a textura de uma decisão?
Pode ser áspera
Uma segunda escolha pode ser letal
Derramar sangue
Quando as paredes que te esmagam
Nada de suaves têm
Algumas, protectoras
Como são aquelas reveladoras
Que te levam num opíparo leito
Para o centro do mundo que estás a criar
Que som tem o silêncio?
Há dias em que o silêncio se ouve em carinho, em amor
Um sorriso ouve-se noutro continente
Uma festa acorda-te, com o som de uma ode
Também há os outros silêncios
Os que mostram a revolta muda
Aqueles que fazem trespassar o ódio
Que fazem as palavras fugir
Que deixam o coração a sangrar...
Que cor tem o vento?
Há dias em que é cruel
Tudo negro à volta
Pessoas cinzentas, a andar sem sentido
Há outros ventos
Que deixam tanta cor
Vejo um arco-íris enorme
Que foi arrastado
Enfeita aquela noite especial
Em que não fechaste a janela
Tem todas as cores, que vai perdendo
Quando o vento se aproxima disfarçado de negro
Mas não é sempre
Nem conseguia
As cores acabam por sair
Indeciso, o vento
Confusa, a vida
1 comentário:
descila?
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